É sabido que nós, enquanto seres humanos, estamos aqui nesse espaço físico e mental, real e abstrato para adquirir opiniões, assimilar crenças. Dessa forma, o ser humano é dono de um cérebro com capacidade de processamento de dados incomparável na escala animal, eis o que nos difere, temos a capacidade de pensar, questionar, agregar criticamente o conhecimento.
Neste contexto, quando nascemos, temos contato com a primeira instituição social - a família - e um processo de valoração nos é atribuído. Dessa maneira, sem caráter de escolha o ordenamento jurídico já está atuando, com um controle social que começa na família e se estende a outros órgãos e instituições, tais como a escola, a igreja etc. Sendo assim, recebemos doutrinas que em um dado momento passamos a questionar, saímos de casa com determinadas percepções e voltamos com perguntas sobre a real validade destas.
Entretanto, o ser humano é sinônimo de evolução, um eterno
gerúndio, irônico não?! Nem tanto! Veja você, que muitos seres da nossa espécie
negam a evolução dos seus próprios pensamentos, ideias e convicções. Não
obstante, percebemos a necessidade de uma autonomia mental, o que nos fora
passado entra em embate com o que vemos no mundo e a partir daí agregamos
nossas observações e levantamos nossas próprias conclusões. Então, é chegada a
hora de se autoafirmar? É o que nos diz a psicologia barata da critica
generalizada. – Com licença, senhor, será que tenho o direito de ter minhas
próprias opiniões? De fato, é difícil resistir às doutrinas, ao controle que
nos é passado e devemos estar preparados para lidar com a falta de compreensão
que virá - inclusive, de quem está por perto - sobre nossos posicionamentos,
afinal, o caráter de entendimento sobre o que pensamos é basicamente nosso.
É certo afinal de contas, que formulamos nossas opiniões, as
defendemos com veemência e, inicialmente, confundimos o ato de defender o que
se pensa vorazmente com desprezar e não aceitar a opinião do outro, são os
percalços pelo caminho, o ideal é tentar livrar-se ao máximo do etnocentrismo.
Ora ora, não somos seres vazios, somos navegantes nas - sombrias ou não - águas
de nossas concepções. De tal maneira, lutamos com nosso interno e externo a fim
de adquirir concepções, certezas, razões - e, sim, encontramos! Porém, achamos
que tudo ficará bem, até nos darmos conta de que a busca não acabou, até
perceber que ela é interminável.
Á medida que vivenciamos esse processo
de valoração, percebemos que nossas certezas não são tão certas assim, que o
ideal é ter a mente livre, afinal de contas, se queremos tanto ser livres,
devemos primeiro libertar a nossa mente. Conforme vamos adquirimos maturidade
ao longo da caminhada, percebemos a necessidade da mente, da alma e do convívio
social de abrir mão de certas perspectivas para adquirir novas, e nosso maior
desafio é encarar com equilíbrio, serenidade e sabedoria perspectivas que
muitas das vezes podem destruir lapsos de ideias de uma vida inteira. Como
diria, então, o cantor e compositor brasileiro, Ednardo, em sua música “Sinal
dos Tempos”: “É preciso acertar a direção dos pés quando os velhos caminhos se
esgotam”.
Um
trato, uma entrega, uma doação
É
preciso a chuva escura, a noite, a solidão
É
preciso tudo agora
Um
dissabor, uma vitória, uma confissão
A
voz de um instrumento e a tua mão
Que
nos faça acordar,
Sim,
meias palavras não bastam
É
preciso acordar
É
preciso mergulhar mais que mil pés
Onde
Netuno traça o rumo das marés
É
preciso acertar a direção dos pés
Quando
os velhos caminhos se esgotam
E os tempos não voltam
Não
voltam [...]"
(Sinal
Dos Tempos - Ednardo)
"É preciso fazer uma canção
E os tempos não voltam
Nasce uma escritora madura...pronta para preencher as linhas vazias e cortantes da vida...
ResponderExcluirProfessoooor, já lhe disse que o senhor é meu grande Mestre, o senhor foi muito importante - eternamente importante - no meu desenvolvimento enquanto ser humano e no âmbito da intelectualidade, muito obrigada pelas sinceras palavras, cada crítica, cada rabisco de caneta vermelha e cada frase rock n' roll de força nos meus textos que o senhor corrigia, foram cruciais no meu crescimento, muito Obrigada, lhe amo professor!
ExcluirNandoca, parabéns pela iniciativa.
ResponderExcluirVamos construir um bela espaço democrático para o debate.
bjs
Obrigada irmão! =D
ExcluirCom certeza, o "Revoliterários é a favor da liberdade e da sabedoria construída com base em debates saudáveis e livres de arbitrariedade!
Beijos :)
Texto altamente sensacional para ler, saboroso de degustar, e critico quanto às nossas percepções de mundo e convicções de vida!
ResponderExcluirObrigada, amor, sem todo o seu trabalho para que o blog nascesse, sem sua força, análise critica acerca do texto, ele não teria se concretizado. Criar um blog e "atirar" meus textos era um sonho e você o realizou, Obrigada mesmo! ^^
Excluirtenho orgulho de você. rs
ResponderExcluirOhhh amigaaaa, que emoção quando vi seu comentário! Obrigada, eu também tenho orgulho de você, pela bondade, generosidade, sabedoria e sinceridade que você carrega em seu coração! =D
ExcluirAdorei esse texto. Nanda arrasando no Revoliterarios. Favoritado!
ResponderExcluirObrigada, Primooooo, haha. Obrigada pela força com o texto e pela opinião crítica que você me concedeu antes e pós a postagem! =D
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