Tenho
visto uma corrente rolando pelas redes sociais feita e compartilhada por
protestantes, que diz respeito a um boicote à nova novela da rede globo: “Salve
Jorge”. O interessante (mas isso não parece ser tão interessante pra quem não
analisa a origem das coisas) é que esta campanha iniciou-se em uma instituição
a qual seu líder é dono de uma rede de televisão que faz frente à senhora toda
poderosa que produz e transmite a novela. É tão óbvio, que até acho
desnecessário dizer que é tudo jogada por audiência na telinha. Mas enfim, nem
falarei mais sobre isso, fica a critério do leitor refletir sobre essa
briguinha de ibope. Se “Salve Jorge” fere princípios/preceitos bíblicos, o que
dizer de “Balacobaco”, bispo? Mas, vamos ao que interessa, pelo menos, ao que
quero expressar de fato.
A
necessidade de ter fé e expressá-la é humana. Tudo bem que alguns dizem
não ter fé ou, como queiram - e gostam de ser interpretados assim -, não creem
em nada. Respeito, aceito a diferença, mas penso que todos creem em alguma
coisa; até mesmo o que diz que não crê em nada, crê nisso. Pode ser engraçado,
chega a ser paradoxal, mas é isso. Como eu disse: respeito quem pense o
contrário do que eu disse.
Seguindo,
no que tange a crenças e tolerância, infelizmente o que a citação acima nos
fala é uma verdade, pelo menos na maioria dos casos em que há conflitos de
pensamentos religiosos. Digo, porém, e com esperança de que entendamos isso
que: você, eu, qualquer um tem o direito de proferir/declarar a fé que bem
entender. Sou cristão protestante, não partilho, por exemplo, da fé que o
título da novela propõe, mas também não entro no âmbito individual do outro,
que tem o direito de escolher a sua fé, expressá-la. Talvez nós (pois me
incluo), cristãos protestante, ainda somos vistos como "chatos"
porque sempre queremos entrar e impor na visão do outro aquilo que proferimos e
pensamos segundo os preceitos bíblicos. Antes de qualquer coisa, se queremos
que nos enxerguem como pessoas do bem e da paz, devemos ser exemplos, e o nosso
exemplo refletirá ao outro tudo o que queremos falar; não precisamos impor.
Falei de cristãos protestantes, pois é de quem posso falar com firmeza, mas
tudo o que eu disse serve para qualquer outro que tente impor sua fé e não
consiga compreender a pluralidade de pensamentos, nem só religiosa, mas
política, filosófica e outras.
A
liberdade de consciência, de crença, de religião, de culto, enquanto direitos,
são invioláveis e garantidos a todos pela Constituição. Não obstante, todos
também têm o direito de expressar o que quiserem desde que não interfira no que
é de subjetividade do outro. Se soubermos respeitar um ao outro, sabendo e
entendendo que vivemos em um mundo de pluralidade, diversidade, com toda
certeza, a liberdade de fé e expressão – da própria fé, e de opiniões - serão
bem utilizadas. As religiões não precisam existir como contrapontos; pelo
contrário, podem ser - juntas - um elo de respeito entre os homens. Precisamos
de mais tolerância, de mais amor! A fé é uma escolha individual, mas suas
inúmeras formas são de todos!